A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA

Ramazzini: primeiro médico do trabalho
A história da Ergonomia remete ao século XVII, quando o mé­dico italiano Bernardino Ramazzini resolveu pesquisar a atuação dos seus pacientes no campo de trabalho. O médico foi o primeiro a escrever sobre as doenças e lesões ocasionadas pelo trabalho. Talvez ele não soubesse que estava traçan­do os primeiros fundamentos da Ergonomia. Mais tarde, numa junção das palavras gregas, “ergon” (trabalho) e “nomos” (lei natu­ral), a ciência foi lançada pelo pesquisador polonês Wojciech Jastrzebowski, em um artigo publicado no ano de 1857.

A defi­nição, da Associação Internacional de Ergonomia (IEA – sigla em inglês), é que Ergonomia é a disciplina científica relaciona­da ao entendimento das interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. A prática foi tomando ainda mais força após a Revolução Industrial, quando houve a intensificação do trabalho. Hoje é condição “sine qua non” para todas as em­presas que quiserem obter resultados satisfatórios nos seus empreendimentos.

A intensificação do trabalho
revolucionou a Ergonomia
Para a IEA, em todas as definições de Ergonomia existe a co­nexão de melhores condições de trabalho e melhor per­formance dos sistemas produtivos. Do ponto de vista de seus campos de ação, seus domínios de especialização, a Ergonomia pode ser dividida em física, cognitiva e organizacional.

Para o consultor e mestre em Ergonomia, Márcio Marçal, os desafios atuais da Ergonomia têm sido os problemas de ordem or­ganizacional do trabalho. “Ainda existem as doenças como as LER/DORT, mas tem surgido um número cada vez maior de doenças relacionadas a depressão, estresse, entre outros transtornos”, comenta.

Segundo ele, a pressão por qualidade é muito grande, o que leva a mudanças no adoecimento, partindo para uma ordem cada vez mais psíquica. “Para o gerente do RH é mui­to mais conveniente que se aponte o problema de uma ca­deira, por exemplo. Mas sabemos que o entrave está vindo de ou­tro lado, ocasionado por pressão extrema, metas, relacionamentos interpessoais ruins, etc.”, lamenta o especialista, que vê um mercado cada vez mais competitivo e agressivo.

Dr. Laerte Sznelwar – Médico do Trabalho e Professor da USP
O médico do Trabalho, doutor em Ergonomia e coordenador do curso de pós-graduação em Ergonomia de Sistemas de Pro­dução da Universidade de São Paulo (USP), Laerte Sznelwar, define a Ergonomia como a maneira como se pode utilizar o conhecimento para adaptar o trabalho às características humanas.

“É uma ação no mundo que não pode ficar somente na teoria, pois perde a validade. A Ergonomia precisa entender, acima de tudo, como as pessoas agem”, explica. Para o profissional, o principal desafio desta ciência hoje será atender ao problema dos riscos psíquicos do trabalho, que têm estado cada vez mais presentes. “É preciso que o trabalho seja menos pesado, que se evite o trabalho sem conteúdo ou sem desafio”, aponta.

Fonte: Revista Proteção – Edição Nov/2012
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